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Contrato Pedagógico

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É sabido que a indisciplina é uma das maneiras que as crianças e os adolescentes têm de comunicar que algo não vai bem. Na sala de aula, o desafio tem sido transformar esse tipo de contestação em aliada, dando atenção ao jovem e ajudando-o a entender o que incomoda.

Dificilmente o educador que se coloca na mesma posição que o jovem quando a desordem se instala consegue tal feito. A autoridade é algo que se constrói. Ter autoridade não é o mesmo que ser autoritário. O estudante aprende a lição do limite quando entende/percebe que há direitos e deveres para todos, sem exceção.

O professor deve se dispor ao diálogo, sempre que necessário, para mostrar aos alunos o que a escola e a sociedade esperam dele. O contrato pedagógico, nesse sentido, abrirá o canal de comunicação entre professor e aluno para estabelecer o que é bom para todos, sem se limitar a definir o que pode e o que não pode na sala de aula e na escola.

O combinado deve ainda deixar claro à turma tudo o que cabe a ela fazer para facilitar o ensino. Em contrapartida, o professor precisa respeitar as diferenças, mas tratar todos de um modo justo. Além disso, ele deve dar o exemplo, cumprindo tudo o que promete.

Com responsabilidade, esse diálogo deve permitir que todos digam o que querem e o que não querem que aconteça no ano letivo. Vale a pena redigir uma carta com os combinados, com a possibilidade de rever periodicamente a função de todo conteúdo. Quando se tratar de crianças, que testam os limites com mais frequência, o contrato deve ser reafirmado todos os dias.

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Uma boa sugestão para solicitar propostas aos alunos para acabar com os problemas cotidianos de indisciplina, por exemplo, é pedir-lhes para listar as infrações cotidianas na sala e classificá-las em muito graves, graves, médias e leves. E definir sanções, como perda de pontos (com 20 pontos, os pais do aluno seriam chamados) ou multas pagas com papel higiênico ou sabonete para o uso coletivo. Os objetivos dessa atividade são, entre outros, os de fazer com que os alunos reflitam sobre suas ações, para tornar o ambiente escolar agradável e evitar chamar os pais constantemente.

Colocar na sala uma caixa de avaliação, que possa receber bilhetinhos com críticas, elogios e sugestões, fazendo com que os recados sejam recolhidos diariamente e discutidos entre os professores e funcionários, quando não, levados ao conselho escolar ou reunião pedagógica, é outra boa sugestão.

O trabalho com representantes de classe, eleitos pelos próprios alunos, também pode ser um elo de comunicação direta com os demais alunos. Essa figura pode ganhar evidência se o professor também se reunir periodicamente com os alunos para discutir questões práticas do dia a dia, como ocupação do espaço coletivo e reflexão sobre cidadania e democracia.

Eliane da Costa Bruini