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Filho de peixe... peixinho é?

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Será que oferecer uma única opção ao seu filho é correto?

A história é antiga: O pai é médico, logo, o filho faz Medicina e herda os pacientes e o consultório do pai. Assim acontece com várias outras profissões: escritórios de advocacia passados de pai para filho, empresas administradas por gerações de uma família e etc. Parece algo natural, uma situação previsível?

Bem, em muitos casos, isso realmente acontece. É comum um filho se afeiçoar à área de trabalho dos pais. Ele os vê todos os dias vivenciando aquela rotina, enfrentando os dilemas de seu labor e até mesmo participa de muitas das experiências do trabalho dos pais. Quem não adorava passar o dia com o pai (ou a mãe) no trabalho?

A partir de então, quando jovem, fica fácil escolher uma profissão. Os pais logo incentivam a “cria” a seguir seus passos e, quando acontece, orgulham-se de saber que serviram de exemplo para a escolha profissional dos filhos.

Mas, quando isso não acontece, a escolha da carreira do filho pode se tornar motivo de crise familiar. Isso por que o filho do engenheiro bem-sucedido escolheu fazer música. “Música? Mas isso não dá dinheiro!” Essa é a frase comum ouvida por jovens que escolhem profissões menos “badaladas” e concorridas. O vestibular é um momento familiar onde, de alguma forma, todos se envolvem e acabam se achando no direito de aconselhar o vestibulando. Mas até que ponto comentários como esse são bons para ele?

Entendimento

De uma coisa todos têm certeza: os pais se preocupam com o sucesso profissional dos filhos tanto quanto os filhos não querem desapontar os pais. Mas o que acontece é que, pela ausência do diálogo, as duas partes acabam discutindo por uma simplesmente não ouvir o que a outra tem a dizer. É uma questão de entendimento.

O que pais e mães precisam entender é que:
• Por mais que pensem que os filhos estão perdendo tempo, algo que eles não têm de sobra, devem ter consciência de que os jovens não funcionam sob pressão. Pressioná-los para logo escolher uma carreira pode acabar impulsionando-os para uma profissão que não queriam, e acabar por provocar uma possível desistência na faculdade. Portanto, deixe que ele faça seu próprio tempo e ache as respostas.

• Será que os filhos se interessam pelas mesmas coisas que os pais? Será que pai e filho têm o mesmo perfil profissional? Afinal, as melhores vagas são para os melhores profissionais e os melhores profissionais são aqueles que gostam do que fazem. Portanto, por mais que o curso não seja “badalado” como Direito e Medicina, o diferencial para garantir uma boa remuneração é a qualidade do profissional. E só se dedica e trabalha bem aquele que tem amor pela profissão.

• O Vestibular é dos filhos e não deles. Não adianta querer realizar o sonho de ser médico através do filho. Se isso não for o que ele quer só irá gerar frustrações. Seria ótimo se os filhos se tornassem os profissionais que um dia os pais quiseram ser, mas não tiveram oportunidade. Mas, se isso não for vontade do jovem, não adianta forçar a barra que pode ser prejudicial para ele.

• Não podem confundir admiração com vocação. Filhos que admiram os pais em suas profissões podem querer seguir caminhos totalmente opostos. A vocação não é uma coisa que vem necessariamente do berço.

Escolha

Portanto, por meio do diálogo, pais e filhos podem chegar a um acordo e ambos aceitarem a decisão uns dos outros. A melhor maneira de aceitar a decisão do filho é acompanhá-lo no processo de escolha. Ir até as universidades, conversar com professores e alunos universitários e até visitar empresas para falar com profissionais ajuda muito na escolha da carreira. Acompanhar o filho nessa descoberta ajudará a desmistificar profissões que os pais não conhecem e até ampliar seus horizontes.

Finalmente, é preciso entender que qualquer um é passível de erro, imagine então alguém com toda a imaturidade dos 17 anos. É papel dos pais ajudar os filhos a superar esses erros, apoiá-los e ensinar a eles a melhor das lições: a de que não se deve desistir de seus sonhos, por mais difíceis de alcançar que pareçam ser.

Por Camila Mitye
Equipe Brasil Escola

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