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Trabalhando a independência

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Debata sobre a natureza da nação construída com nosso processo de independência.

Em várias ocasiões, podemos ver que os alunos se mostram claramente enfadados com as intermináveis listas que buscam revisar os conteúdos trabalhados. Por isso, dada a conveniência, o educador deve elaborar atividades que atingem os objetivos de aprendizagem fugindo dos métodos avaliativos tradicionais. Imagens, textos, jogos e uma vasta infinidade de propostas podem consolidar a apreensão de conceitos e fatos.

Ao colocar o processo de independência brasileiro em pauta, acreditamos que o trabalho com uma interessante charge encontrada no livro “Da colônia ao império”, escrito por Miguel Paiva e Lilia Moritz Schwarcz, pode recuperar questões importantes relacionadas ao tema. Observe:

Nesta charge, temos a figura de Dom Pedro I sendo instigada por dois conselheiros que oferecem duas argumentações distintas. Partindo da ideia que o processo de independência já tenha sido discutido em sala, o professor pode elaborar um interessante roteiro de questões que busca resposta onde cada um dos alunos explica alguns pontos centrais dos argumentos expostos na charge.

Na fala do primeiro balão, o professor pode questionar qual é o “Reino Unido” citado pelo interlocutor. Por meio dessa questão, é possível colocar em pauta que o Brasil já não ocupava a simples posição de colônia do Império Português quando D. Pedro I assumiu o posto de Príncipe Regente. Graças ao imperador D. João VI, o território brasileiro tinha se tornado parte integrante do território lusitano. Dessa forma, a tal ruptura com o “Reino Unido” indicava o fim da união política entre Brasil e Portugal.

Já no segundo balão temos duas outras questões a serem trabalhadas. Ao pedir uma explicação sobre a “recolonização”, o professor retoma os projetos dos liberais que haviam tomado o poder em Portugal. Entre eles, destaca-se o interesse particular dos portugueses em fazer com que o Brasil retornasse à condição de colônia. Seguidamente, destaca-se a articulação das elites locais que defendiam a independência como meio de preservação dos privilégios atingidos desde o governo de D. João VI.

Nesse sentido, uma explicação sobre as tais “agitações radicais” coloca em voga a natureza do projeto de independência pensado pelas elites brasileiras. Ao invés de buscar a formação de um projeto político amplo e inclusivo, as elites preferiam a manutenção de seus interesses e o afastamento de qualquer demanda de origem popular. Com isso, se retoma a discussão historiográfica que avalia a natureza excludente do projeto que deu origem ao Brasil Independente.

Apesar de simples e curta, a utilização da charge empreende a revisão de pontos muito importantes que marcam a Independência do Brasil. Além disso, buscamos nessa sugestão exercitar a capacidade interpretativa dos alunos. Ao fim, o processo de compreensão do texto inevitavelmente leva a turma a buscar um conjunto de informações interligado ao conteúdo estudado.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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