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Problemas de Ordem Neurológica no Processo Educacional

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A distração escolar tem sido ligada a distúrbios neurológicos
A distração escolar tem sido ligada a distúrbios neurológicos

O índice de crianças e jovens com problemas de aprendizagem tem evoluído de forma surpreendente nos últimos anos. Essa situação era anteriormente diagnosticada pelos profissionais da educação simplesmente como uma falta de comprometimento nos estudos por parte do aluno e dos responsáveis. A interferência da medicina criou um leque de observações comportamentais que, fundadas em diversas situações vivenciais, detectou que parte dos problemas de aprendizagem estava ligada a problemas neurológicos relacionados ao córtex pré-frontal.

O córtex pré-frontal pertence ao lobo frontal, que também inclui o córtex motor e o pré-motor. Ele é responsável pelo pensamento abstrato e criativo, pela linguagem, respostas afetivas, emoções, socialização, vontade, atenção e realização de ações. Problemas nessa região geram indivíduos presos a estratégias ineficientes, que não conseguem criar mecanismos em situações de complexidade. Nesses casos, existe a comprovação de traumas do córtex pré-frontal, assim o indivíduo é tratado como uma pessoa que possui DDAH (Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas em alguns casos não é comprovada a existência de hiperatividade.

Esse tipo de distúrbio cria situações nas quais a pessoa não controla impulsos comportamentais e possui imensa dificuldade de aprender com os erros cometidos. A distração é ponto negativo no processo de aprendizagem. Muitos alunos não conseguem concentrar nos assuntos ligados à aula, em razão da distração provocada pelo distúrbio, que às vezes necessita da utilização de remédios.

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As escolas e os profissionais licenciados devem estar atentos a esse tipo de aluno, diagnosticando-os através de suas condutas ou, na dúvida, discutindo com os pais ou responsáveis sobre determinados comportamentos detectados fora do padrão normal. O aluno com DDAH não deve ser colocado mediante situações de pressão, pois quanto mais cobrado menor será seu rendimento. Essas pessoas necessitam de ambientes estimulantes, interessantes e exclusivamente tranquilos. A escola deve conscientizar os pais ou responsáveis de que eles possuem papel definitivo para o bom aprendizado do educando, buscando ajudá-lo nas tarefas diárias, optando pela metodologia do elogio e do estímulo.

No ambiente escolar os professores devem criar situações envolvendo atividades lúdicas, jogos educativos estratégicos, brincadeiras, textos envolvendo raciocínio lógico, trabalhos envolvendo interação social e convívio escolar. O aluno com DDAH necessita ter seu córtex pré-frontal excitado, para que sua funcionalidade seja totalmente colocada em prática. Isso deverá ser feito utilizando assuntos interessantes e estimulantes atrelados aos conteúdos dos livros didáticos.

O papel do educador é primordial e decisivo no contexto histórico de um aluno com déficit de atenção e hiperatividade, pois de acordo com os princípios da educação inclusiva e especial, todas as pessoas especiais ou com necessidade de oportunidade devem ter acesso a bens e serviços de qualidade em sua total integridade.
 

Por Marcos Noé
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola