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Origami na Sala de Aula

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Dobradura milenar ajuda no trabalho interdisciplinar da escola

As brincadeiras muitas vezes não são bem aceitas na escola, isso porque temos uma visão de que os conteúdos escolares só devem ser trabalhados com os alunos presos na sala de aula, sentados em suas carteiras, prontos para receberem as informações dos professores.

Às vezes as escolas querem inovar, mas a cobrança dos pais é grande, no sentido da conduta, da disciplina, até porque os mesmos não estão cumprindo com seu papel, transferindo a educação assistemática como sendo uma responsabilidade da escola.

Aproveitando essa visão, é claro que a escola irá auxiliar no processo educativo dos alunos, mas é importante que haja a compreensão e o respeito por parte dos pais pela proposta pedagógica da instituição.

Juntar conteúdos escolares com atividades prazerosas é a melhor forma de envolver os alunos no processo de aprendizagem. Para isso, inovar é preciso!

Porque não colocar no currículo escolar atividades que ajudem os alunos a crescerem como pessoas, aprendizagens que fiquem por toda sua vida? Esse é o principal papel da escola, da educação.

Assim, trazemos aqui uma oficina de artes em origami que pode ajudar a melhorar a concentração dos alunos, a descobrir seus talentos, desenvolver a criatividade, além de trabalhar os conteúdos escolares, o lado cultural – que em razão da modernidade não é muito bem aceito pelos jovens.

O origami é uma arte milenar japonesa, onde são criadas figuras através das dobraduras em papel. Essa cultura milenar era transmitida de geração em geração, numa época em que o povo japonês não desperdiçava nada, mas reutilizava até as sobras de papel.

Com isso, a arte do origami ganhou espaço e suas técnicas foram sendo divulgadas por todo o mundo; livros explicativos foram escritos, imagens do passo a passo para se montar uma figura foram criadas e, aos poucos, a arte japonesa chegou a todos os cantos do planeta.

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Desenvolver um projeto através da técnica do origami é uma divertida atividade, onde professores e alunos poderão trabalhar vários aspectos dessa cultura.

Em história, é possível fazer um estudo do surgimento da arte, das técnicas desenvolvidas, como as mesmas não se perderam ao longo do tempo, enfim, tratar os assuntos históricos do origami, inclusive associando as guerras em que o país esteve envolvido, os prejuízos que sofreram com a bomba atômica, etc.

O aspecto físico do país será trabalhado em geografia, para dar suporte aos conceitos históricos, além de mostrar as mutações sofridas ao longo dos anos, traçando paralelos com o Japão de hoje.

Em ciências, tratar os problemas sociais sobre meio ambiente e preservação, afinal, a celulose que dá origem ao papel é extraída das árvores. É necessário que se faça um trabalho de conscientização da preservação da natureza. Além disso, muitas imagens criadas no origami estão relacionadas a elementos da natureza, como plantas e animais.

Em língua portuguesa, podem ser desenvolvidos os trabalhos de pesquisa, com avaliações acerca dos textos elaborados pelos alunos, atribuindo-lhes a responsabilidade pela gramática, ortografia e sequência lógica dos relatos. O professor pode propor também redações onde os alunos relatem o que estão trabalhando em cada disciplina, deixando espaço para as opiniões pessoais.

Em matemática, podem ser trabalhados os conceitos de geometria, reta, linearidade, pontos, vértices e, se os alunos foram de séries mais avançadas, é possível trabalhar ângulos e axiomas, propostos em estudos feitos pelo matemático Humiaki Huzita, mais conhecidos como axiomas Huzita-Hatori.

Com certeza, será um trabalho que atingirá sucesso, pois todo o grupo estará envolvido com uma temática interessante e prazerosa. Além disso, para os professores será uma ótima oportunidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar, mostrando que o envolvimento das disciplinas pode garantir a qualidade da informação e da formação.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola