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O uso de documentos históricos em sala de aula

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A leitura de documentos históricos deve ser incentivada no ambiente escolar.
A leitura de documentos históricos deve ser incentivada no ambiente escolar.

Uma aula de história pode ser muito mais atrativa no momento em que o professor busca dar voz àqueles que freqüentemente se transformam em tema de diferentes aulas. Para isso não basta o professor oferecer uma explicação bem amarrada do assunto. É primordial que se ofereça aos alunos condições necessárias para que ele mesmo perceba que a fala do professor ganha vida quando deixamos nossos personagens históricos falando por si mesmos.

Além disso, esse tom mais vívido da História pode ser salientado quando demonstramos que os historiadores e demais sujeitos produtores de conhecimento podem mostrar o passado de diferentes formas. Nesse caso, o professor pode utilizar a fala de duas diferentes perspectivas tratando de um mesmo assunto. Sem dúvida alguma, ao realizar algumas destas duas propostas, o professor derruba aquela velha pecha que teima em dizer que o passado “é coisa de museu”.

No entanto, levar esse tipo de preocupação para a sala de aula exige que o professor prepare corretamente seus alunos para que possam ler um documento histórico ou o trecho da obra de um historiador ou personagem histórico. Dessa maneira, o profissional em História precisa salientar alguns passos fundamentais para que a turma não sinta um grau de dificuldade que inviabilize o máximo de aproveitamento dos materiais utilizados.

Primeiramente o professor deve mostrar que a leitura de um determinado texto dever ser preferencialmente realizada com uma maneira inicial de leitura. No primeiro contato com a narrativa textual, o professor deve cobrar dos alunos a significação dos conceitos presentes no título e no corpo do texto. Logo em seguida, peça para que os mesmos delimitem quais os personagens históricos que aparecem no material trabalhado. Depois disso, cobre alguma informação básica sobre o autor do texto e sua biografia.

Com essas informações primordiais, o texto deve ser relido com a atenção voltada para elementos mais complexos e que não foram privilegiados em um primeiro instante. Nesse sentido, peça para os alunos encontrarem, com posterior justificativa, trechos onde haja algum tipo de relação do texto com o tema trabalhado nele. Além disso, busque organizar temporalmente os fatos históricos trabalhados na narrativa. E, por fim, cobre a exposição das idéias e argumentos defendidos pelo autor.

Algumas vezes, esse trabalho pode sofrer algum tipo de entrave no que toca à questão da complexidade de termos utilizados no texto. Por isso, o professor deve fazer uma leitura prévia onde ele mesmo possa coerentemente julgar se o universo vocabular empregado pelo autor é compatível ao grau de instrução de seus alunos. Caso haja algum problema nesse aspecto, o professor pode criar uma versão adaptada do texto substituindo cautelosamente alguns termos considerados demasiadamente complexos.

Colocado em prática tais metodologias e cuidados, o professor pode transformar seus alunos em pequenos historiadores capazes de compreender, criticar e responder um leque muito mais profundo de fatos históricos. Além disso, os documentos e teses históricas saem do recluso e longínquo espaço da academia para entrar nas salas de aula pela porta da frente.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola