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Estrutura para uma Proposta de Trabalho em Educação Física

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Todas as pessoas que já fizeram aula de Educação Física na escola lembram de que as aulas de Educação Física sempre iniciam com um aquecimento para o corpo, seguido do conteúdo principal e, finalmente, é dada uma atividade mais leve, também chamada de “volta à calma”. No entanto, esse modelo é eficiente para aulas cujo conteúdo seja essencialmente prático, e nem sempre servem para aulas de cunho reflexivo e/ou investigativo.

Nesse sentido, trabalhar com um conteúdo que seja de pouco conhecimento dos alunos requer mais do que apresentar o modus operandi da proposta, ou seja: é preciso que o aluno saiba mais do que simplesmente executar movimentos que não apresentem qualquer sentido para ele. Trata-se, então, de a atividade proposta ganhar significado. E isso ocorre não apenas pela simples execução de movimentos, mas também pela compreensão histórico-cultural da atividade.

É bastante variável o modo como o professor de Educação Física assenta a sua aula dentro dessa proposta, mais complexa, de compreender a disciplina. Isso, obviamente, depende de diversas variáveis, como a quantidade de alunos por turma; o objetivo da proposta; o espaço físico disponível; e a própria estrutura hierárquica da instituição onde trabalha. Longe de querer apresentar uma “receita”, ou uma estrutura didática engessada, apresento uma possibilidade de intervenção do professor para trabalhar um dado conteúdo.

Em primeiro lugar, é necessário que o objetivo da proposta esteja bastante claro e, em seguida, deve-se delinear os caminhos a serem percorridos para que o objetivo possa ser atingido. É preciso ressaltar que nem sempre o que queremos acontece de fato, ou seja, não serão todas as propostas que terão seus objetivos atingidos, da forma como era inicialmente prevista.

Outra atenção, que o professor deve ter, é a de romper preconceitos com o conteúdo proposto. Isso pode ser feito partindo de uma conversa em que são expostas as ideias pré-concebidas sobre a proposta, por parte dos alunos, seguida de uma pesquisa consistente, na biblioteca e em meios eletrônicos, sobre o assunto. O debate sobre a pesquisa é fundamental, uma vez que permite aos alunos a ampliação do processo de aprendizagem. Além disso, vídeos sobre a proposta permitem elucidações de cunho visual, o que pode facilitar o desempenho da prática de movimento, que virá a seguir.

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O próximo momento pode ser o da prática. A partir das pesquisas e dos vídeos assistidos, o professor pode orientar atividades práticas, de modo que se articulem com os conhecimentos inicialmente adquiridos. Essa parte pode ser vista apenas como uma vivência motora na proposta, e de caráter lúdico, o que significa que a cobrança pela execução perfeita dos movimentos é completamente desnecessária.

O fechamento da proposta, por meio de conversa com alunos, é bastante interessante. Isso porque, nesse momento, o professor pode ter um retorno mais preciso sobre os resultados de sua proposta: é aqui que o professor pode avaliar se o seu objetivo inicial foi atingido e, se não foi, de que modo o encaminhamento da proposta atingiu os alunos; ou ainda, o que os alunos aproveitaram do trabalho. Outra possibilidade é o pedido de trabalhos escritos ou de relatórios sobre o projeto em questão, medida que permite ao professor atingir um feedback ainda mais preciso, embora menos espontâneo.


Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP