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Desmitificar a redação dos vestibulares: uma incumbência do educador

Uma das incumbências do educador é desmitificar a redação dos vestibulares e aprimorar habilidades.
O fato de desmitificar a redação dos vestibulares torna os candidatos mais seguros de si
O fato de desmitificar a redação dos vestibulares torna os candidatos mais seguros de si
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A passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio possibilita não só aos educandos, mas também ao educador, conviver com uma realidade diferente daquela antes vivenciada. A começar pelo modo de agir, pelo estabelecimento de determinadas prioridades, enfim, pelo amadurecimento, tanto cognitivo quanto pessoal, são mudanças que parecem emergir, e que, de acordo com o passar dos dias, tão logo essa fase começa a se materializar. Dessa forma, discutir acerca de todas essas transições seria por demais inviável, por isso, sustentemos nossa discussão com base nas prioridades, já mencionadas, por sinal. Trata-se de uma fase em que a preparação para o ingresso em um curso de graduação será a base sustentadora de uma relação que se estenderá por exatamente mais três anos. Assim, novas disciplinas, novas ideias, novas atribuições (obviamente), e por que não dizer novos anseios, mostrar-se-ão mais evidentes, assim como jamais cultuados.

Ao falarmos sobre novos anseios, seria impossível não fazermos referência a novos medos, novos temores... Contudo, eles parecem se acentuar de forma significativa no 3º ano, haja vista que, por um lado, os educandos se sentem mais pressionados, muitos até começam a estabelecer um sentimento de cobrança mais acentuado que outros e o educador nesse ínterim... por certo que o peso começa a prevalecer de forma acentuada sobre “as costas”, pois mesmo que há tempo, prazos suficientes para ministrar todos aqueles conteúdos (fazendo alusão às séries cursadas anteriormente), a sensação de que todos eles precisam ser revistos em apenas um ano é fator indiscutível. Assim, em meio a esse convívio contextual, os temores pela famosa e fatigada produção textual (redação) parecem revelar sua parcela de “contribuição”, para não falar sua parcela de culpa.

Seria, pois, necessário enfatizar que determinadas habilidades precisam ser cultuadas, embora o requisito para o aperfeiçoamento de todas elas não se concretize somente nesse ano (3º). Assim, ao contrário do que muitos pensam, trata-se de um investimento em longo prazo, o qual precisa ser desenvolvido de forma paulatina, ou seja, tudo depende de um preparo, haja vista que, ainda em se tratando de um campo fértil, caso não seja “adubado, combatido, podado (por que não?), regado”, enfim... tais habilidades podem se estagnar ou até mesmo se tornar obscurecidas.

É justamente a propósito dessa questão que entra em cena o trabalho do educador na tentativa de desmitificar essas temíveis barreiras, mesmo porque elas tendem a criar dimensões ainda mais complexas quando o aluno se conscientiza do fato de que ele não pode zerar na redação, sobretudo quando o processo seletivo diz respeito às universidades federais. Assim, toda essa carga de insegurança acarreta uma gama de sentimentos que em nada contribuem para o bom desempenho das competências necessárias. Dessa forma, para evitar que o fato em questão não se torne assim tão temeroso, tão estigmatizado, torna-se necessário um trabalho acurado, no qual os espaços para debates, discussões coletivas, leitura de editoriais, artigos de opinião, familiaridade com assuntos polêmicos, propostas de produção devem ser, indubitavelmente, priorizados.  Procedendo dessa forma, fato é que a capacidade de argumentação e a reflexão crítica serão cada vez mais aprimoradas, possibilitando assim os meios essenciais a uma boa produção.    

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O educador que duvidar de que tais procedimentos sejam, na verdade, uma questão de treinamento, acaba perdendo o foco e, por conseguinte, o trabalho realizado não terá assim a eficácia necessária para que no momento adequado (da produção) tudo acabe saindo conforme o planejado. Dessa forma, concebida numa primeira instância, aquela visão de que erros gramaticais irão prevalecer sobre outros aspectos deve ser reformulada, e assim se reformulando, cabe ao educador enfatizar que, ainda que amplamente relevantes, somente eles não são o suficiente para tornar anulada uma produção textual. Assim, o discurso propriamente dito nesse momento apresenta-se como fator preponderante. Preponderante porque não há motivos para a banca corretora se posicionar de modo diferente senão colocar os olhos sobre a produção do candidato e levar em conta todos os aspectos discursivos ali presentes. Eles, por sua vez, devem responder às seguintes perguntas: o que dizer, para que dizer, a quem dizer e como dizer.

Nesse sentido, caro (a) educador (a), a partir do momento em que tais aspectos são esmiuçados a fundo, sobretudo pela necessidade de deixá-los conscientes de que a língua cumpre um papel social, certamente se sentirão mais seguros quanto a essa transposição de palavras, de ideias para o papel – algo que, aparentemente, possa parecer quase que inatingível, torna-se palpável, basta que as habilidades sejam significativamente aprimoradas para tal.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

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