Whatsapp

Aula debate: a seca do Nordeste

O problema da seca do Nordeste pode ser esclarecido através de uma aula debate sobre o tema.
Uma imagem comum no semiárido nordestino, a falta de água *
Uma imagem comum no semiárido nordestino, a falta de água *
Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

O Nordeste é constantemente visto, principalmente por pessoas que residem em outras regiões, como a “região da seca”, o lugar onde as pessoas sofrem em função da falta de água. Esse pensamento atribui uma grande responsabilidade ao professor de Geografia, que passa a ser responsável, sobretudo, por esclarecer questões, mitos e inverdades presentes no senso comum a respeito desse tema.

Assim, o professor de Geografia terá como desafio a concretização dos seguintes objetivos:

a) Demonstrar que o Nordeste não é só pobreza e falta de água;

b) Apontar os aspectos naturais que causam a aridez e os problemas do Polígono das Secas;

c) Revelar que as causas dos problemas sociais nordestinos estão além da falta de água.

Para atender a esse escopo, o professor poderá recorrer a uma aula em forma de debate, cujo tema será a seca do Nordeste e cuja execução poderá ser orientada pelo professor em torno da resolução de algumas perguntas, que serão posteriormente enumeradas.

Em primeiro lugar, é importante que o professor forneça a seus alunos algumas reportagens em jornais e revistas sobre o assunto. É importante selecionar aquelas matérias de revistas e jornais que manifestem um senso crítico para além do sentimentalismo em torno da pobreza e miséria dos moradores da região. Como sugestão, selecionamos os seguintes textos:

Mundo Estranho: Porque chove tão pouco no Nordeste?

Esse texto traz algumas explicações técnicas e, ao mesmo tempo, didáticas sobre a situação da seca na região nordestina, explicando os principais fatores climatológicos a ela relacionados.

UOL Notícias Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste

Essa reportagem traz algumas revelações importantes sobre como funcionam alguns aspectos referentes àquilo que se conhece por “indústria da seca”, um dos principais fatores para os índices de miséria de parte da população nordestina.

Revista Radis: “O problema do semiárido não é a seca, é a cerca”

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Esse texto traz algumas importantes considerações sobre as relações de poder que demarcam as condições de vida no semiárido nordestino, demonstrando que a “cerca” (grandes latifúndios) é mais perigosa do que a seca propriamente dita. Como o texto é longo, o professor poder selecionar apenas aqueles parágrafos que julgar mais importantes.

Blog do Sakamoto: o problema da seca no Nordeste não é a falta de água

Aqui temos mais uma avaliação crítica do assunto, com o acréscimo de se estabelecer algumas considerações sobre possíveis soluções e temas relacionados, como a transposição do Rio São Francisco.

Após uma leitura prévia, os alunos poderão se organizar em círculo para debater o assunto. O professor deverá assumir o papel de mediador da discussão, organizando-a à luz dos seguintes questionamentos:

1) Na sua opinião, o que causa a seca do Nordeste?

2) O que é Indústria da Seca?

3) Você acha que esse problema tem alguma solução concreta?

4) A transposição do Rio São Francisco é uma saída viável?

5) O que significa dizer que “o problema não é a seca, é a cerca”?

Esses questionamentos não precisam ser totalmente empregados, podendo, inclusive, terem suas ordens alteradas. No calor e no momento das discussões, novas indagações podem ser colocadas, tudo para instigar o senso crítico dos alunos. Estimule-os a considerar as opiniões manifestas pelos textos fornecidos, mas também a tirarem as suas próprias conclusões, sempre evitando o senso comum e consensos construídos a partir de afirmações sem embasamento.

No final, para melhor avaliar o entendimento de cada aluno sobre as considerações colocadas no debate, o professor poderá solicitar uma redação sobre o tema ou a resposta por escrito das perguntas acima mencionadas.  

________________________________

Créditos da imagem: LeoNunes / Wikimedia Commons


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia